Boneco Azul

Naquela tarde, eu tinha a casa livre para mim e para a Matilde, pois os meus pais tinha uma consulta no medico ao final do dia. Fantástico. 
Quando lhe dei a noticia ela também ficou super contente, até porque tínhamos muito poucas oportunidades para estar os dois sozinhos, e porque ela não conhecia o meu quarto. Ela era super curiosa.  
Quando lá chegamos, ela correu para o quarto, e a reacção que ela teve foi a mais estranha que eu podia imaginar: começou a chorar. Fiquei espanto e perguntei-lhe: “que foi? Que se passa?

Aquela reacção foi simplesmente de emoção, de nostalgia, pois no meu quarto ainda estavam muitas marcas do tempo em que a minha irmã era solteira, e no canto junto ao roupeiro estava um pequeno peluche azul. A Matilde agarrou-se aquele boneco emocionada.

Eu perguntei porque é que ela estava assim, pois tratava-se de um simples boneco azul, sem grande significado, e ela, com um sorriso nos lábios e agarrada ao ursinho começou a contar as razões de tanta alegria: “Eu cresci com um peluche igualzinho a este em cima da minha cama. Tinha sido oferecido no Natal pela minha tia. Era o meu confidente, sabia dos meus problemas e dos meus desejos. Passei momentos únicos, que nunca mais vou esquecer, agarrado a um boneco igual a este."
"As minhas amigas contavam-me histórias e momentos que viviam com os namorados. Momentos de paixão, de amor ou de tesão. Sentimentos e momentos que eu nunca tinha vivido, apenas imaginado. Eu era tímida com os rapazes e sentia vergonha do meu corpo. Apenas aquele boneco me conhecia nua.

Depois de ouvir algumas histórias de colegas minhas, sobre a possibilidade de uma rapariga poder atingir prazer sozinha, sem ser necessário estar com um rapaz, foi aquele boneco que me ofereceu o meu primeiro orgasmo. Coloquei-o no meio das minhas pernas, e com os olhos fechados, imaginei que aquele boneco tinha vida. Com a minha mão, aquele boneco ganhou mesmo vida, e eu ganhei sensações que nunca tinha sentido. Arrepios, espasmos, tremuras de prazer.