* Encontro Anónimo


Tudo aconteceu no ano passado… cruzamo-nos ocasionalmente no mundo virtual no inicio do ano, e demos inicio a uma conversa difícil de terminar. Éramos anónimos, e sempre mantivemos esse secretismo. 

Tornou-se interessante conversar escondido numa mascara, sendo mais fácil conversar sobre todos os assuntos. Confessamos frustrações, declaramos desejos, reconhecemos angústias, manifestamos sonhos… Intelectualmente aproximávamo-nos, e acabei por descobrir que vivíamos na mesma cidade. 

No entanto criamos um problema, pois a curiosidade de nos conhecermos pessoalmente era cada vez maior, mas nenhum dos dois tinha coragem para revelar a sua verdadeira identidade, nem por foto. A ânsia de um encontro crescia dia após dia. Eu queria sentir o seu cheiro e tocar a sua pele. Os dois tínhamos medo daquele duelo, de ficar cara-a-cara, e de sermos descobertos revelando o indesejado. 

No entanto tornou-se impossível adiar eternamente esse momento, e tentamos ser o mais misteriosos possível. Quisemos manter o secretismo, e combinamos perto da igreja de Sta Eufémia, em Sintra… na noite de Natal… combinamos às 20h, com a total convicção que o espaço estaria totalmente deserto. Era um encontro anónimo.

Estacionamos os carros longe um do outro, e caminhamos em passo lento. No ar estava o cheiro a lareira oriundo das casas mais próximas, típico de uma noite fria de natal. Ela estava com uma camisola de gola alta e um gorro, e eu de cachecol e gabardine… tentamos ir disfarçados, não quisemos divulgar facilmente a nossa identidade, mas quando ficamos cara-a-cara, ficamos surpreendidos… Ela era muito melhor do que eu poderia imaginar… e senti que ela também ficou surpreendida comigo… 

A primeira abordagem não foi fácil: “boa noite” de uma forma tímida… olhos nos olhos os rostos aproximaram-se surgindo um discreto mas meigo beijo no lado esquerdo e um beijo ligeiramente provocante do lado direito. Arrisquei que os meus lábios tocaram subtilmente no canto da sua boca. A adrenalina estava no máximo.

Foi um toque primoroso, que quebrou o gelo daquela noite fria. Foi a origem de um abraço forte, quase como agradecimento dos bons momentos que virtualmente vivemos. Bem agarradinhos, eu empurrei-a até as suas costas pararem numa árvore.

Deliciamo-nos mutuamente. Toquei, apalpei, agarrei. Os nossos telefones começaram a tocar, e era normal, pois nas nossas casas tudo estava preparado para a consoada de natal, e nós estávamos desaparecidos. Simplesmente ignorámos… A minha mão fez subir a sua perna direita, que se enrolou na minha cintura, puxando-me contra si… o desejo mútuo já falava muito alto… Ela sentiu perfeitamente o estado em que eu me encontrava…

O corpo dela rodou, pois ela quis sentir-se agarrada por detrás. O meu peito colou-se nas suas costas. As minhas mãos desceram até às suas pernas para fazerem subir o tecido da sua saia. Fiquei surpreendido quando reparei que ela tinha um cinto de ligas.  Sempre a senti ousada. Os meus dedos tocaram-lhe intimamente. Quente.

As mãos dela desapertaram o botão das minhas calças, e puxaram para baixo o suficiente para a minha tesão ficar livre. Não havia volta a dar… Penetrei-a deliciosamente… as mãos dela, agarraram aquela árvore, apoiando-se da força que eu lhe oferecia. Foi profundo e estranhamente delicioso. Eu apenas arrependi-me de não ter sentido aquela mulher mais cedo. Foi impossível aguentar muito tempo… tudo foi rápido, era assim que eu queria, foi assim que ela pediu… foi um delicioso presente de Natal... 

Quando o pecado ficou verdadeiramente consumado, fugimos dali rapidamente, cada um com o seu carro. E o que iria acontecer depois? Eu não sabia nada da vida dela. Verdadeiramente, éramos desconhecidos. Mas eu agora ainda tinha outro problema entre mãos, justificar o meu atraso para a consoada e porque é que não atendi o telefone… tive de arranjar uma mentira bastante convincente…

Foto: image100 (Corbis.com)

* Noite de Natal



No ano passado, fui pela primeira vez passar o Natal em Mogadouro, em Trás-os-Montes, na casa dos avós da Catarina. 

Nunca tinha vivido esta época do ano num sítio com tantas tradições, nem com tanta gente. Aquela casa estava cheia de pessoas, os pais, os avós, os tios e os primos e os sobrinhos. No meio daquela confusão, eu não conseguia estar com ela, e até um simples beijo era motivo para comentários de alguém. 

No nosso quarto, dormiam mais dois primos dela, em dois colchões que estavam no chão. Era quase impossível acontecer algo entre os dois.

Na noite da consoada, a Catarina vestiu uma roupa de “Mãe Natal” para ser ela a fazer a distribuição de prendas. Ficou linda. 

Aquele vermelho fez destacar os seus olhos negros na sua pele muito clara. Eu adorava aquela mulher, e momentos depois do jantar, consegui arrastar a Catarina, e fechei-a no Wc comigo. Disse-lhe que andava desejoso por fazer amor com ela. Ela abriu muito os olhos, e disse que sentia vergonha por a casa estar cheia de pessoas da família.


Depois da distribuição dos presentes, eu e a Catarina estávamos sentados no chão, afastados da lareira mas tapados com um cobertor, para nos protegermos do frio, e mesmo ao nosso lado estavam os primos dela, com quem tivemos a conversar praticamente durante toda a noite. 

Pelo facto de estarmos tapados, e ela estar com aquele vestido, comecei a provocar. A minha mão começou a subir pela sua perna. Sei que estava excitada pelo calor que sentia no seu corpo, e pelo facto de senti-la molhada. Consegui desviar a sua roupa interior, e senti a sua intimidade em contacto com a minha mão.

Nessa altura, chegaram junto de nós, os dois primos mais novos dela, para nos mostrar os brinquedos que tinham ganho de presente. Que altura inconveniente. Ela levantou-se e foi a passos largos para o quarto. 

Senti que ia descontrolada. Fui atrás dela, mas quando lá cheguei, estavam as tias dela a conversar, que ainda por cima retiveram-me, pedindo-me opinião sobre algo sem qualquer interesse.

A Catarina desapareceu. Quando me consegui libertar das tias dela fui procura-la, e encontrei-a, no Wc. Bati à porta, e ela abriu. Ela estava a tocar no desejo que eu lhe tinha provocado. Peguei nela, sentei-a no lavatório. Meti-me de joelhos, e ela de uma forma natural assentou as suas pernas nos meus ombros. 

Aquela posição obrigou a minha língua a funcionar, e muito. Imagina a língua de um cachorrinho em movimentos rápidos, e saberás exactamente o que eu estava a fazer.

Foi a situação ideal para entrar dentro daquele corpo. O nosso desejo era tanto, que nem o facto dos pais dela e os tios estarem a conversar mesmo à porta do Wc, nos fez parar. 

Ela com as suas pernas a envolver a minha cintura, puxava o meu corpo para dentro do dela e sussurrava-me ao ouvido: “tudo, dá-me tudo, quero tudo dentro de mim, bem fundo, marca este Natal no meu corpo. Sente a magia e a força da tua mãe natal… e come-me por completo… o meu corpo é a tua deliciosa consoada de natal… sente o meu sabor, por favor…”

Aquele pedido não podia ficar sem resposta, e enquanto no corredor, toda a família se preparava para a “missa do galo”, e procurava e chamava pela Catarina, eu estava dentro dela, e respondia ao seu sussurro: “és uma safada, uma tarada, uma louca… mas eu adoro-te e vou comer-te toda, bem fundo, vou-te retraçar, vou-te devorar, até porque o teu corpo é meu… vou usar e abusar… e vais sentir-me a ferver dentro de ti, como se eu fosse uma barra de ferro em brasa, pronta para derreter o teu desejo…”

Eu não fiquei sem resposta: “podes tentar fazer o teu melhor, mas o meu desejo não derrete nem desaparece… sabes bem que sou uma mulher insaciável… para mim, o fim de um orgasmo, é o primeiro passo para o seguinte…” A casa ficou vazia, pois toda a família já tinha ido para a igreja. 

Eu e a Catarina, quando percebemos que éramos os únicos, fomos a correr em direcção à igreja, para ninguém notar a nossa ausência, e ficamos sentados na última fila, e enquanto o padre falava para toda a comunidade, a Catarina falava-me de sexo ao ouvido: “deliciosa consoada não foi? Ainda te sinto dentro de mim, pois sinto-me a latejar, sabias? Apetece-me mais, estou cheia de vontade, será que vamos conseguir repetir? ” Isto não são propostas para se fazer numa igreja, pois não?

Foto: Pinto (corbis.com)

* Aroma de Natal

Na perfumaria que existe na minha rua, trabalha a Rute, a filha de uma grande amiga da minha mãe, e nós tínhamos sido colegas na escola primária. Com essa idade passávamos bastante tempo juntos a brincar, mas nos dias de hoje, simplesmente trocamos olhares tímidos e com um certo desejo escondido. 

A loja fechava todos os dias às 19h, no entanto, naquele dia, por ser véspera de Natal, a loja estava a fechar uma hora mais cedo. A Rute ao ver-me passar, fez-me um sinal e pediu-me para entrar. “Era só para te desejar um Feliz Natal”. Ela parecia ter dito umas palavras enfeitiçadas. Eu agradecia, e retribui a simpatia… Aquelas palavras pareciam que tinha um significado secreto, e como fiquei com vontade de ficar ali mais um pouco com ela, comecei a ver os preços dos perfumes.

Ela sorriu e disse-me: “Vou só fechar a porta para não entrar mais ninguém, porque hoje fechamos mais cedo, mas posso ajudar?” … Sim, ela podia ajudar-me e muito, a resolver o secreto mistério de atracção que eu sentia pelo seu corpo… Em silêncio dei um passo para junto dela, e senti que ela ficou incomodada… mas pela positiva… tocar nos lábios dela seria a melhor prenda de Natal que poderia receber naquele dia…

Não sei o que se passou, mas eu diria que a Rute leu o meu pensamento, e os nossos lábios acabaram por se tocar… provavelmente tínhamos acabado de realizar um desejo com mais de vinte anos, que nenhum dos dois tinha coragem de enfrentar… mas os lábios suaves dela, misturados com os cheiros adocicados da loja deixou-me louco, com um sentimento que eu não sentia há muito tempo, de tal forma que as minhas calças não conseguiam disfarçar o volume que se criou. Ela apercebendo-se disso ousou… e colocou no seu pescoço a sua essência favorita, pedindo para o sentir…

Senti, e muito, de tal forma que a minha língua saboreou aquele pescoço, e as minhas mãos tocaram aquele peito, deixando-o bem eriçado e sensível ao toque dos meus dedos. Adorei percorrer com a minha língua naquele peito endurecido. 

Logo de seguida, ela perfumou todo o meu corpo com um creme perfumado para homem que a deixava doida, e saboreou-me por completo, de todas as maneiras que possas imaginar, com a sua língua quente e sedosa, e estupidamente atrevida.

A excitação foi inesperada mas era total, e a chave mestra para eu entrar dentro do seu corpo, foi quando accionei o spray daquele frasco de creme masculino, numa zona do seu corpo que já se encontrava húmida por natureza. Não sei o que aquilo provocou no seu corpo, mas senti o seu total descontrolo.

O corpo dela vibrou com a mistura de sabores, com a força do spray, e com os movimentos perfeitos da minha língua, que tocava por dentro e por fora, nos sítios certos, e que fazia o balcão da loja pequeno para ela se movimentar de prazer. Os minutos passavam, e as horas chegavam, quando ela se apoiando na perfeição naquela mesa de vidro, e agarrada à caixa registadora, empinou-se na perfeição para eu entrar por detrás, e por completo dentro do seu corpo. Aquele desejo foi uma ordem.

As ruas estavam desertas e apenas brilhava a iluminação de Natal, mas o corpo da Rute estava completo com tudo o que ela queria receber, e tudo o que eu lhe queria dar… que mulher fervorosa, quente, deliciosa….. Ela começou-me a pedir mais força, mais intensidade e mais loucura. 

Eu correspondi de forma intensa, e mais uma vez ela surpreendeu-me, quando pegando mais uma vez naquele spray de creme masculino, exerceu a força daquele spray, na zona onde tudo estava a acontecer, deixando tudo mais fresco, mais lubrificado e mais intenso. Ela adorou sentir aquela pressão em toda a sua excitação, tal como para mim foi o impulso final, que deu origem ao orgasmo mais perfumado das nossas vidas.

Incrivelmente, naquela véspera de Natal, conseguimos gastar o frasco por completo nos nossos corpos, mas aquele cheiro nunca mais abandonou aquela loja, até os dias de hoje, e é algo que todos perguntam como é possível aquele cheiro se destacar dos outros… Difícil de explicar, não é?

Foto: Vincent Besnault (Corbis.com)

* Menina da Pastelaria


Faltavam dois dias para o Natal. Os meus pais tinham seguido para a Macedo de Cavaleiros, e eu por motivos profissionais, eu só seguiria mesmo dia 24 à tarde. 

Naquela noite, eu estava só e preparava-me para jantar. Tinha preparado um prato simples, com algumas frutas, pois estava sem paciência, e apenas me apetecia relaxar. A TV desligada, na lareira um lume forte e no leitor de CD corria “Café del Mar”. 

Fiquei apenas de roupão, no sofá, a ler um livro, “Dei-te o Melhor de Mim” de Nicholas Sparks. Naquele momento ouvi baterem-me à porta, e sem estar a contar com visitas, fui apenas de roupão abrir a porta e tive uma surpresa.

Era ela, aquela jovem, que sorria sempre que me atendia na pastelaria da rua, e que era oriunda de uma aldeia, bem perto da terra dos meus pais. Não sei bem o que lhe passou pela cabeça, mas entrou sem pedir autorização, sem dizer uma palavra foi até à sala. Deixou em cima da mesa uma pequena caixa.

Eu corri atrás dela, e ao chegarmos ao sofá, ela agarrou-se a mim e beijou-me demoradamente, tirou-me o roupão e deixou-me só de boxers, beijou-me o peito, e a excitação apoderou-se de mim. Deixei-me levar. Ela retirou o casaco, as calças de tecido preto, ficando apenas de lingerie e com uma blusa totalmente desabotoada.

Os nossos corpos colaram-se, e já deitados no sofá, em frente à lareira, ficaram totalmente despidos um para o outro. Eu nem acreditada no que estava a acontecer. Tudo acontecia sem palavras…

Abri uma garrafa de Moscatel, que tinha em cima da mesa, e entornei o saboroso vinho no seu corpo, a minha língua percorreu cada curva daquela silenciosa mulher, e não queria perder uma gota que fosse, mas adorei saborear o vinho misturado com o cheiro do seu perfume que se tinha instalado na sala.


Ao fundo da sala, a Árvore de Natal continuava a piscar, e ela sentada no sofá, comigo de joelhos à sua frente, a lamber a sua barriga. Ela lançou as pernas sobre os meus ombros, e puxou a minha cabeça conta o seu corpo, quente e desejoso da minha língua.

A minha língua não parou, sempre ao ritmo do melodioso e calmo ChillOut que nos chegava aos ouvidos. Era um ambiente tenso e relaxante. Nunca imaginei que poderia sentir aquela rapariga daquela forma, mas para ela me surpreender daquela forma, desejava-me, e muito.

Quando ela sentiu que a minha língua já tinha feito todo o trabalho, deitou-me no chão de barriga para cima, pedindo o meu corpo sobre o seu. Era exactamente aquilo que ela queria, ser totalmente preenchida por mim, e com uma voz ofegante com um sotaque do norte, ela confessou-me a origem daquela invasão: “…há muito tempo que controlo a tua vida, os teus passos, os teus amigos. Eu sou obcecada por ti… Passo os dias a pensar em ti… não durmo a desejar o corpo. O meu corpo está vazio sem o teu. É incrivelmente obsessivo. Eu tinha de me sentir preenchida por ti… desculpa, mas eu tinha de fazer isto, nem que fosse apenas uma vez na vida… e como sabia que estavas aqui sozinho, vim em busca da minha prenda de Natal…”

Aquelas palavras deram-me um gozo tremendo e respondi-lhe: “usa e abusa… o meu corpo é teu… mata todas as tuas fantasias, realiza todos os teus desejos… quero fazer-te feliz, nem que seja só hoje, só esta noite, mas quero. Sente-te preenchida por mim, sente o meu corpo dentro do teu… Mexe essa cintura, que eu quero ver a dança do teu umbigo. Quero vê-lo a tremer de satisfação… Quero sentir o teu corpo a ferver”.

Aquele jogo de palavras estava a ser o sal daquele momento, e ela respondeu-me: “és incrível, lindo, duro, perfeito… se tu quiseres serei tua para sempre, namorada, mulher, amante… quero-te eternamente dentro mim. Tu não fazes amor, tu fazes loucura e prazer… Vou querer sentir todo o sabor que sai de dentro de ti… bem fundo, na minha boca…”

Foi uma noite de paladares, música, suor e desejo. Eu e ela sentimos o Natal de uma forma muito especial… Foi uma noite inesperada mas incrível? Seria uma noite para repetir?

A caixa que ela deixou em cima da mesa tinha pequenos doces que nos ajudou a manter a energia, pois o fogo da lareira apagou-se, mas o nosso durou até de manhã… O Natal não é partilha?


Foto: Mika (Corbis.com)

* Verdadeira Leoa


Foi sem dúvida um ano especial, onde consegui atingir muitos dos meus objectivos, mas ter conhecido a Carolina foi o melhor que me aconteceu. Neste último ano, só posso agradecer todos os minutos que tivemos juntos e que saboreamos a nossa paixão. 

Ela é uma mulher carinhosa e meiga, e com ela, a expressão “fazer amor” não faz sentido, porquê o nosso amor está sempre feito, e é sempre perfeito. Com ela, o significado da palavra “Orgasmo” tem outra magia e outra duração, e é esplendoroso, sempre diferente e inesquecível.

Eu adorava quando ela perdia o seu habitual espírito terno e meigo, e se transformava numa intensa fera sexual. Com ela, tudo estava calmo, e subitamente, tudo poderia acontecer. A surpresa, o perigo e o inesperado davam um sabor incrível às nossas penetrações.

A ausência de monotonia deixava sempre a nossa chama muito intensa, e o nosso fogo muito quente. O Farol daquela praia era o nosso habitual ponto de encontro, onde a areia era o nosso colchão, que aguentava toda a libertação de energia, que os nossos corpos recebiam da força das ondas do Mar e da energia da Lua, sempre numa sintonia perfeita, onde o prazer chegava intensamente, e os nossos corpos agradeciam.

No entanto, durante aquela semana os nossos momentos tinham sido demasiado meigos e ternos, sempre com beijos e carinhos, e com longos momentos de ternura entre os dois. Era uma paixão intensa, mas que só conseguia chegar ao rubro, quando o perigo espreitava, e naquela noite senti na pele uma verdadeira leoa.

Junto da casa da Carolina estava montado um circo, como era habitual todos os anos na altura do natal, e naquela noite corremos um muito risco elevado. Era quase meia-noite, e eu agarrei no braço dela e levei-a até à zona do circo. 

Percebendo que estava tudo calmo, ousamos e entramos dentro da tenda principal. Estava montado no centro do espectáculo, as grades que fazem a separação entre o público e a zona de actuação dos leões. Foi ali mesmo que tudo aconteceu.


Foi dentro daquele espaço que encostei a Carolina às grades, e fiz as minhas mãos subir pelas suas pernas, terminando apenas quando lhe apertei com força o rabo. Com aquele meu movimento, o tecido da sua saia já não era obstáculo para nada. 

Ela, com as mãos bem agarradas aquelas grades, empinou-se na perfeição e eu entrei. Por detrás, encontrei o encaixe perfeito, e agarrei-me também às grades, como forma de apoio aos fortes impulsos que o meu corpo lhe dava. Tudo estava perfeito.

Estávamos a ser verdadeiramente felinos, o macho e a fêmea. Ela parecia estar com o cio, pela forma como recebia o meu corpo dentro de si, e eu dava-lhe tudo e ela parecia querer sempre mais. 

O perigo deixava sempre a Carolina inexplicavelmente excitada. Enquanto aquelas grades tremiam pela força das nossas mãos, eu entrava fortemente dentro do seu corpo, fazendo-me sentir dentro dela, e intensificando, o mais que consegui, a minha fricção dentro do seu corpo. 

A sua rugosidade interna deixava-me louco, estimulando fortemente. Aquele “entra e sai” parecia não terminar, mas foi ela que fez aquilo acalmar, quando fez questão de saborear todo o seu líquido, que eu tinha recolhido bem dentro do seu corpo. Os seu lábios foram várias vezes de cima a baixo, com intenso poder se sucção. Ela chupou-me todo.

Fiquei excitantemente descontrolado, e agarrei-a… mordi-lhe o pescoço, e suguei-lhe esfomeadamente o biquinho duro do seu peito. 

Com ela no meu colo, fizemos o encaixe perfeito e eu encostei as suas costas naquelas grandes, enquanto as suas pernas envolveram a minha cintura. Fui verdadeiramente feroz na forma como devorei o seu corpo, tornando-me num animal feroz e devorador. 

Ela cravou as suas unhas nas minhas costas e arranhou-me por completo, ao ritmo das estocadas que eu lhe dava. “Toma minha fera, aguenta minha leoa, e rende-te ao meu poder e á minha força…” Mas ela não se rendeu, e resistiu a toda a minha força e potência, obrigando-me a rechear todo o seu interior, com um vigor e uma intensidade, que só ela conseguia provocar em mim. 

Ela sempre foi uma verdadeira leoa.

Foto: Mika (Corbis.com)

* Amigo Oculto

Na empresa, onde eu trabalhava, todos os anos decorria o Jantar de Natal, com a habitual troca de presentes, recorrendo ao tradicional “Amigo Oculto”, isto é, previamente, cada colega tirava um papelinho com um nome, e assim ficava decidido para quem eu teria de comprar um presente, e tinha de guardar esse mistério até este ser entregue.

O meu papelinho dizia “Laura”, a loirinha da contabilidade, que era casada com o Ernesto, também nosso colega no armazém. Eu conhecia os tradicionais comportamentos nocturnos do Ernesto. Ele deixava a Laura em casa sozinha, enquanto se juntava com os amigos a jogar Poker em casinos clandestinos ou deslocava-se para bares nocturnos com actividades femininas. 

Eu decidi oferecer à Laura, um pequeno despertador, que ia acompanhado pela seguinte frase: “mais importante do que acordar de manhã, é acordar para a vida”. Era uma prenda cheia de significado, ela ia abrir em frente ao marido, e à frente de todos os colegas. Eu queria causar impacto, nesta minha prenda misteriosa.

O que é certo, é que dois dias antes do jantar, a Laura deixou de ir trabalhar e voltou a colocar baixa médica, que segundo o Ernesto, era porque ela andava cheia de dores de cabeça. Todos sabíamos que a Laura devido aos problemas familiares passava por vezes por períodos de depressão, e assim, como todos prevíamos, ela não compareceu no jantar de Natal.

No final do jantar, lamentei-me junto do Ernesto pelo facto de não ter podido oferecer a prenda à sua mulher, e ele respondeu-me: “se quiseres passa lá em casa e entrega-lhe… mas ela já deve estar a dormir, mas podes entrar pelo quintal, que a porta da cozinha está aberta, e deixa lá em cima da mesa. Eu não vou já para casa, porque tenho umas coisas combinadas esta noite com uns amigos…

Lá ia ele deixar a mulher abandonada. Voltei a colocar o gorro de Pai Natal que tive durante todo o jantar, e decidi ir até à casa dele. Toquei diversas vezes à campainha, mas ninguém apareceu para me abrir a porta. Segui o conselho dele, entrei no quintal, e fui até à porta da cozinha. Ousei entrar e chamei: “Laura, Laura, Tudo bem? Estás em casa? Posso entrar?” 

Sem obter qualquer resposta, caminhei até ao primeiro andar, e encontrei a Laura deitada na sua cama, num sono profundo, e com uma grande quantidade de medicação junto da cama. A Laura era uma mulher muito bonita, e desejada por todos os homens na nossa empresa. Eu fiquei vidrado no seu corpo, e toquei-lhe. O seu corpo adormecido reagiu. Beijei o seu rosto.

Cada vez que lhe tocava, ela reagia de uma forma a pedir mais, mas sem nunca abrir os olhos. Ela foi-se sempre entregando, gemendo baixinho ao toque da minha mão, ao percorrer dos meus dedos no seu corpo. Ela abriu as suas pernas e puxou-me para si. Eu nem sabia como reagir, pois ela continuava com os olhos fechados. Ela estaria acordada? Estaria a sonhar? Não sei responder, mas fui sempre respondendo à força do seu corpo, que me puxava para si, dando uma ordem para eu continuar aquele doce percorrer pelo seu corpo, mas será que ela queria que eu entrasse?

Eu entrei dentro dela, dentro daquele corpo quase perfeito, que parecia quase intocável. Eu não sei o que se passava, mas o seu corpo reagia de uma forma subtil ao prazer, a sua respiração era ofegante, mas os seus olhos continuavam sem abrir.

Não houve exuberância nos movimentos, e tudo foi calmo, mas com um toque sublime. Nunca tinha imaginado aquele corpo nas minhas mãos, muito menos daquela forma. Provavelmente fui irracional, mas usei a profundidade do seu corpo, para depositar todo o meu prazer. Senti que ela recebeu tudo com agrado, pois foi nesse momento que o seu corpo voltou a repousar, e desta vez com o grande sorriso nos lábios.

Deixei ao lado da almofada a prenda para ela abrir quando acordasse. Na segunda-feira seguinte, a Laura regressou ao trabalho e agradeceu-me a prenda com um grande abraço e com um grande sorriso. Ela olhou-me com um ar sinistro, deixando-me a dúvida de que prenda ela se referia. Aquela noite mudou a vida de Laura… para melhor… ela decidiu separar-se do Ernesto.


Foto: _ (Corbis.com)

* Anúncio Arriscado


Eu era jovem, com mil desejos e fantasias, disposto a tudo para aproveitar a minha juventude. Eu perdia bastante tempo na internet em busca de imagens, filmes e possíveis aventuras casuais. Eu fervia em pouca água.

Eu consultava diariamente um site com anúncios de acompanhantes. Eu nunca recorri a estes serviços, mas gostava de ver as propostas que eram apresentadas. Eu achava interessante existir também anúncios de homens, e questionava-me se existiriam mulheres a procurar este tipo de serviços ou aventuras.

Isto foi 1 assunto que foi fermentando na minha cabeça, e no dia que terminaram as aulas na universidade e se iniciariam as férias de natal, eu arrisquei. Decidi publicar o seguinte anúncio: Universitário elegante disponível para relacionamento pontual com senhoras em local discreto. Lisboa.

E no dia seguinte, durante o almoço, o meu telefone tocou. Era a voz de uma senhora simpática, educada em resposta ao meu anúncio. Local? Não sei... decidi marcar numa pensão discreta que existe na baixa, a única que eu conhecia. Agora fiquei nervoso, e talvez arrependido desta minha ousadia. Quem seria aquela mulher?

O encontro ficou marcado a meio da tarde e fiquei surpreendido com a mulher que surgiu. Cerca de 40 anos, elegante, bem formada e casada. Eu não perguntei, mas ela tinha a aliança no dedo da mão esquerda. Sinceramente, parecia que conhecia aquele rosto de algum lugar, mas achei melhor esquecer-me. Eu estava muito mais nervoso do que ela. Vestida, ela deitou-se em cima da cama, e pediu-me para eu me despir sensualmente à sua frente. Ela procurava claramente um momento picante…

Já nu, ela sorriu, e disse: “agora tira a minha roupa” Eu tirei, e fiquei mais uma vez surpreendido, com a forma bem definida do seu corpo. De dentro da sua mala, ela tirou um pequeno frasco, um preservativo e ordenando-me: “massaja o meu corpo com este aromático óleo corporal... por fora e por dentro, quero sentir as tuas mãos em todo meu corpo...

Ela entregou-se à força suave e meiga das minhas mãos, e foi quando ela estava deitada de barriga para cima, com as minhas mãos a massajar as suas mamas, que as suas pernas se flectiram e abriram pedindo que eu entrasse dentro de si. E foi nesta posição, que ficamos cara a cara, com ela a tocar a sua mão nos meus abdominais definidos, e a minha excitação a entrar meigamente no seu corpo, que eu identifiquei-a. Eu conhecia aquela mulher, era a mãe do Manuel, um colega meu de escola, que no último ano antes de entrarmos na faculdade, foi viver para Cascais. Será que ela se lembra de mim? Será que me reconheceu?

Aquilo tinha de acabar depressa, e decidi acelerar o meu ritmo com o objetivo de ela se entregar rapidamente ao prazer. Fui forte, com intensas penetrações que a deixaram louca, mas ela não se rendia. Penetrei-a profundamente e com força vezes sem conta, mas acho que escolhi a técnica errada, pois ela com uma voz sôfrega, e quase sem respiração confessou-me: “escolhi o anúncio certo, é mesmo isso que eu quero, força, intensidade, sexo do bom... coisa que o meu marido já não me sabe oferecer, e um jovem como tu faz na perfeição.. continua, não tenhas pena de mim...”

Confesso que com tanta voracidade, eu acabei por não resistir, ficando totalmente exausto, rendido à sexualidade daquela mulher e sem força. Foi impossível aguentar mais. Ela percebeu o estado em que eu tinha ficado, deu o momento como concluído, fazendo questão de ser ela a retirar-me aquele preservativo em estado muito quente. Vestiu-se, fez o pagamento, e antes de sair rematou: “poucos dias antes do Natal o meu marido oferece-me dinheiro como prenda de Natal, e já sei onde vou gastar todo. Posso voltar a ligar-te, certo?

Abanei-lhe a cabeça afirmativamente, mas aquilo não podia voltar a acontecer, era demasiado perigoso. E se alguém descobre? Quando cheguei a casa, apaguei o anúncio imediatamente, e fui trocar o número do telefone...


Foto: Image Source (Corbis.com)

* Perdido em Londres




Este ano, abdiquei de comprar prendas de Natal, e utilizei todo o meu Subsidio de Natal para tentar mudar de vida. Aluguei uma cama num hostel durante uma semana e comprei uma viagem num avião lowcost. Destino: Londres.

Nessa semana eu queria virar uma página na minha vida, mas as coisas começaram a correr mal, pois logo durante a viagem, senti umas fortes dores no peito que obrigaram-me a dirigir ao hospital mal o avião aterrou. Felizmente nada de grave, mas foi curioso encontrar no hospital, uma portuguesa simpática. É uma realidade, existem portugueses em todo o mundo.  

Percorri as ruas da cidade em busca de história, cultura e novas oportunidades, e curiosamente, dentro da Saatchi Gallery, reencontrei a portuguesa que me tinha acompanhado no St Mary’s Hospital. Ela lembrava-se perfeitamente de mim, até do meu nome.

Era já final de tarde, e acabamos a visita em conjunto. Ela perguntou-me onde eu estava a pernoitar, e ofereceu-me boleia. Quando lhe disse que era num Hostel perto de Soho Square, ela reagiu: “Um Hostel? Para isso ficas em minha casa, o meu sofá é enorme, e tens uma vista magnífica sobre a cidade…

O convite foi tão forte e tão convicto, que foi impossível negar. A casa dela era moderna e espaçosa. Na sala existia uma grande janela com vista para o Rio Tamisa e para o London Eye. Eu não sabia nada sobre ela, mas senti afinidade. Assim, até parecíamos participantes de CouchSurfing.

O ambiente era acolhedor mas provocador. Ela andava por casa com roupas reduzidas, muito reduzidas mesmo, e era impossível não olhar. Ela seria sempre assim, ou estaria a provocar-me? Eu resisti à tentação, no entanto, na última noite que fiquei em Londres tive uma surpresa.

Acordei a meio da noite com um barulho oriundo do único quarto da casa. Ouvi uma música ambiente a tocar baixinho, e no ar o agradável aroma de velas perfumadas. A minha curiosidade falou mais alto, e deparei-me com um cenário de luxuria e sedução. Observei a ternura do toque e do mútuo contacto de dois corpos femininos. Fiquei paralisado e certo, que tudo era uma armadilha, e eu tinha acabado de ser caçado.

Naquele quarto à média luz, fui tocado a quatro mãos e espoliado da roupa que tinha no corpo. O erotismo pairava no ar, num perfeito ambiente de prazer. Elas deitaram-me na cama, e beijaram o meu corpo lentamente, debaixo para cima, uma de cada lado. Lenta e dedicadamente. Elas sabiam o que queriam.

Quase encostadas ao meu rosto, elas mostram-me o estado em que estavam. Os seus dedos molhados tocaram-se, e quando se afastaram, foi visível um fio líquido de grande significado.

Sugeri que as duas se deitassem na cama, lado-a-lado, e fiz o preenchimento dos seus corpos, alternadamente. Foi incrível a sensação de cumplicidade, quando saí molhado de dentro de uma mulher, para logo de seguida entrar dentro de outra. Tudo se misturava, ficando cada vez mais meloso e delicioso. As velas de cheiros já tinham chegado ao fim, e nós continuávamos naquele jogo lento de alternância.

O relógio não foi obstáculo para nada naquela noite, mas acabei por oferecer-lhes a prova do meu prazer. Eu queria repetir aquela experiência, mas aquela era a minha ultima noite em Londres.

Eu tinha uma terrível vontade de permanecer naquela casa mais um tempo, mas a minha viagem estava marcada para a manhã seguinte. A convidada acabou por sair, e a portuguesa dona daquele apartamento, ofereceu-me uma proposta para continuar em Londres, talvez para sempre:  “Apetece-me pagar-te para ficares comigo nesta casa… e para me acompanhares em todas as minhas loucuras e fantasias…sempre tu…a tua vida ia mudar para sempre”… 

Eu fiquei perdido em Londres...

Foto: Autor desconhecido